CMTU amplia monitoramento eletrônico e anuncia alteração no estacionamento em ciclovia
Motoristas terão até o dia 6 de novembro para se adaptarem antes do início da fiscalização pelas novas câmeras; permanência de veículos sobre ciclofaixas das ruas Paranaguá e Santos terminará na próxima semana
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) iniciou, em meados de setembro, um estudo sobre o excesso de velocidade e desrespeito às normas de trânsito em alguns pontos de Londrina. O objetivo da pesquisa foi mapear o comportamento dos motoristas nas vias inspecionadas e teve como critérios analisados, o alto fluxo de veículos e pedestres, a dinâmica do trânsito, as solicitações da população e o programa Visão Zero.
O Programa Visão Zero tem como conceito a compreensão da vida como prioridade, tirando os veículos do centro dos debates sobre trânsito, focalizando o pedestre e dando atenção à prevenção de atropelamentos e acidentes. Durante o período analisado pela CMTU, o abuso de velocidade e o desrespeito às sinalizações e normas de trânsito foram verificados em todos pontos monitorados, colocando em risco a vida de pedestres, ciclistas e motoristas.
Diante dos resultados da avaliação, a companhia concluiu que o monitoramento eletrônico é a melhor alternativa para avançar na preservação de vidas nesses locais, coibir o abuso de velocidade, bem como o desrespeito às normas de trânsito. Durante uma semana, a CMTU, por meio de seus agentes, estará nesses pontos realizando um trabalho de conscientização e alertando que as áreas passarão a ser monitorados por equipamentos.
Assim, somente a partir do dia 7 de novembro, os 14 novos pontos iniciarão a fiscalização na área urbana do município. Enquanto dez equipamentos irão fiscalizar somente o excesso de velocidade, outros também poderão capturar o avanço de semáforo e a parada sobre a faixa de pedestres. Os locais escolhidos para a instalação dos dispositivos fixos são:
Velocidade Máxima permitida – 40 Km/h
Rua Bento Munhoz da Rocha Neto (Cruzamento com Rua João Wycliff; com Display de velocidade)
Rua Rio Grande do Sul (Cruzamento com Rua Amapá; com Display de velocidade)
Velocidade Máxima permitida – 50 Km/h
Av. Angelina Ricci Vezozzo (próximo ao Ribeirão Lindóia)
Av. Águia Imperial (Cruzamento com Rua Perdizes)
Av. Arthur Thomas, 1880
Av. Máximo Peres Garcia, 630
Av. Ayrton Senna da Silva (cruzamento com Rua Caracas – sentido Norte/Sul; com Display de velocidade)
Av. Ayrton Senna da Silva (cruzamento com Rua Caracas – sentido Sul/Norte; com Display de velocidade)
Velocidade Máxima permitida – 60 Km/h
Avenida Francisco Gabriel Arruda, 449
Rodovia Mábio Gonçalves Palhano (Cruzamento com Rua Rubens Carlos de Jesus).
Já os radares mistos, ou seja, que fiscalizam velocidade, avanço de semáforo e a parada sobre a faixa estarão presentes nas seguintes localidades:
Velocidade Máxima permitida – 40 Km/h
Rua Uruguai (Cruzamento com rua Bolívia)
Rua Bahia (Cruzamento com rua Amapá)
Velocidade Máxima permitida – 60 Km/h
Av. Winston Churchill (Cruzamento com Av. da Liberdade)
Avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes (Cruzamento com Rua Amapá)
Em Londrina, atualmente, estão em operação 65 pontos de monitoramento eletrônico instalados no ano passado, além de 40 câmeras de videomonitoramento. De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, major Mário Celso Andrade, a ampliação do monitoramento eletrônico ocorre porque as estatísticas demonstraram necessidade de intervenção. “Nosso intuito é fazer das ruas espaços mais seguros. Muitos equipamentos estão instalados de modo estratégico, de modo a permitir que o pedestre cruze a via em segurança, sem correr o risco de ser atropelado”, argumentou.
Ciclovias – Além da expansão da fiscalização do trânsito, a CMTU também irá proibir o estacionamento sobre as ciclovias existentes nas ruas Paranaguá e Santos, na área central da cidade. Atualmente, a permanência de veículos nesses espaços é liberada de segunda a sexta-feira, das 19h às 7h, e aos finais de semana, a partir das 14h de sábado.
Com a alteração, as ciclofaixas das duas vias passarão a funcionar como as instaladas nas ruas Espírito Santo e Alagoas, onde a proibição de estacionamento vigora em tempo integral. A medida era uma reivindicação dos moradores da região, que se queixavam de não poder utilizar os corredores para ciclistas no período noturno e aos sábados e domingos. A CMTU já concluiu a confecção das 42 placas que irão sinalizar os locais e a implantação deve levar em torno de cinco dias. A depender das condições climáticas, a expectativa é que o trabalho de instalação seja finalizado na próxima quarta-feira (26), data a partir da qual os condutores que desrespeitarem a nova norma já poderão ser multados.
Segundo o artigo 181, inciso VIII do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estacionar sobre ciclofaixas ou ciclovias é infração de natureza grave. A penalidade inclui multa no valor de R$ 195,23, perda de cinco pontos na carteira de motorista, além da possibilidade de remoção do automóvel para o pátio do Município.
Histórico – Os corredores para ciclistas nas ruas Paranaguá, Santos, Espírito Santo e Alagoas medem um metro de largura e foram projetados pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). Implantadas entre 2015 e 2016, as ciclofaixas foram sinalizadas por empresa contratada pelo órgão. A principal característica delas é o funcionamento unidirecional no lado direito da via, acompanhando o fluxo dos veículos e formando um sistema binário. Nesse modelo, o trânsito de ciclistas nas quatro vias ocorre em sentidos opostos, de modo complementar.
À época da instalação, a concepção dos projetos optou por manter o estacionamento noturno e aos finais de semana nas ruas Paranaguá e Santos, enquanto que Espírito Santo e Alagoas não foram contempladas com a possibilidade. Agora, com a proibição da permanência nas duas primeiras vias, todas as ciclofaixas da área central terão funcionamento padronizado. O diretor de Trânsito, major Mário Celso Andrade, explicou que, após consulta ao IPPUL sobre o tema, a entidade se mostrou favorável à solicitação da comunidade. A manifestação, no entanto, destacou que as quatro vias que formam o binário deveriam ser tratadas de forma igualitária, daí a padronização que proíbe o estacionamento de veículos nas 24 horas do dia.
Apesar de a região possuir alta demanda por estacionamento em determinados horários, do ponto de vista da mobilidade e segurança viária, a permissão de parada estava em desacordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana, que orienta prioridade dos modos de transporte não motorizados sobre os motorizados. De acordo com as premissas estabelecidas pelo Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), a autorização para estacionamento em espaços como ciclofaixas diminui a segurança viária à medida que impede a passagem de ciclistas, obrigando-os a circular na faixa de rolamento dos veículos.
Texto: Danylo Alvares e Neto Almeida
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